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Os dois manos arco-íris

AUTORES:
Eduarda - EB 2/3 Junqueira: 24/03/2005
Rosana - EB 2/3 Saúl Dias: 24/03/2005
Ricardo Pereira, 8º B, Esc. E.B. 2,3 Prof, Óscar Lopes- Matosinhos: 25/11/2005

 

Um arco-íris, num dia de sol e de chuva, voltou-se para o Sol e falou assim:
-Ó Sol, quem me dera ser redondo e quente como tu! As laranjas e as melancias copiam o teu feitio e as mãos dos velhinhos procuram-te para se aquecerem!
Um outro arco-íris, que tinha os pés metidos na água de um rio, ouviu a conversa e falou para o irmão:
-Ó mano, já estou cansado de ser meia roda. Podíamos ser redondos como o Sol!
-Não me digas! E como? – perguntou o primeiro arco-íris.
-Dávamos as mãos e íamos morar para tudo o que fosse redondo! –respondeu o arco-íris que estava a molhar os pés.

-Mas, conheces esse sítio? - interrogou o primeiro arco-íris.
-É assim, conhecer… conhecer…, não conheço, mas podíamos aventurar-nos e procurar! - disse o outro arco-íris.
-Muito bem. Então amanhã iremos bem cedinho! - exclamou o irmão.
De manhãzinha começou a abrir o sol ,e de repente, uma chuvada. E lá apareceram os arco-íris.
-Bem, vamos? - perguntou o arco-íris já de malas feitas.
-Sim! Estou morto de curiosidade por conhecer esse lugar todo redondo!
Seguiram caminho até que entraram no mundo quadrado. Tudo era quadrado, as árvores eram quadradas, os jardins eram quadrados, as flores quadradas, até os pássaros quadrados!!!
Eles ficaram de boca aberta de tanto espanto. Mas depois seguiram caminho, viram que o que queriam mesmo era chegar ao mundo redondo, onde tudo fosse redondo.
Caminharam, caminharam e chegaram ao mundo, vejam só, triangular. As casas eram triangulares (existem as casinhas da ilha da Madeira, não é?), as pessoas eram triangulares, tudo era triangular.
Ainda não era o destino deles, e então continuaram a sua aventura.
Ufa… até que enfim, chegaram ao mundo redondo.
E aí é que estava o problema, as casas não se fixavam no chão porque não tinham base, as pessoas andavam sempre aos empurrões, era uma tremenda confusão!!!

Coitados, no meio de um mundo onde tudo era redondo sendo eles de outra espécie, não sabiam o que fazer.
Choraram, choraram um no ombro do outro até que, de um momento para o outro, apareceu um dos seus melhores amigos: o sol.
Este estava a brilhar como nunca esteve. Porque seria que ele estava a brilhar assim tanto? Era para chamar a atenção dos dois arco-íris e, como a luz do sol era tão forte, os dois arco-íris levantaram as suas cabeças e olharam, com um grande sorriso, para o seu grande amigo sol.
As emoções eram tantas que resolveram começar uma longa conversa com o sol. A primeira coisa que lhes veio à memória foi:
- O que estás aqui a fazer no mundo dos redondos?
Assim, o sol respondeu:
- Sou redondo.
- Mas também estavas no nosso mundo?
- Eu estou em todo lado, a toda a hora.
- Já não sabemos o que fazer. Será que nos podes dar um conselho?
- Claro, é simples, voltai para a vossa terra natal e, se quiserdes, eu acompanho-vos.
Depois de tal conselho, estes resolvem pensar:
- Será que é boa ideia? O que achas?
- Talvez, não custa tentar.
- Bem, tu é que sabes.
Viraram-se para o sol e disseram-lhe:
- Vamos contigo!!

Andaram , andaram até que foram parar a uma ilha do feitio de meia lua. «Que sítio lindo!», pensaram os dois manos ao mesmo tempo.
Os ilhéus vieram ter com eles, para os cumprimentar e ficaram abismadas com as cores tão vivas e lindas que eles tinham.