Netescrit@ | Equipa | Colaboração | Contacta-nos |

 

 

 

 

 

O Destino de Violante

AUTORES:
Alice: 09/02/2004
Daniel eTelmo: 10/02/2004
Fátima e Cristiana (EB 1 Junqueira): 17/02/2004
Tânia,7F- EB 2.3-SDias: 17/03/2004
Sandra Patricia 7.ºF-EB-SDias: 17/03/2004
Sandra 7ºfEB-Julio-saul Dias: 18/03/2004
Bárbara Lemos (EB1-Leiria-nº2): 18/03/2004
Sandra 7.ºF-SDias: 24/03/2004
Ulisses: 22/04/2004
Sandra e Patrícia -Junqueira 6ºA: 28/04/2004
Susana Patrícia 5º C E B 2,3 Júlio Saúl Dias: 05/05/2004
Francisco,5C,EB2/3JS DIAS: 19/05/2004

 

A primeira palavra que Violante disse foi “barco”.
A mãe (vá lá, diz “Mamã! Mamã!), o pai (então, vá lá, diz “Papá! Papá!”), a avó (diz “Avó! Avó!) bem se esforçaram – mas ela nada. Olhava para todos com igual desinteresse, e permanecia muda. Nem mamã, nem papá, nem avó, nem o que quer que fosse. Até que um dia, fixando o olhar muito para lá dos vidros da janela, disse:
- Barco.
Ficaram todos a olhar para ela. E a velha Jesuína murmurou:
- Tem o destino traçado.
Mas o destino era muito mau.
Quando ele foi ao médico,o médico disse: que ele tinha uma doença grave.
E disse que tinha de ser operado
Quando chegou o dia da operação Violante ficou com medo.E só dizia barco, mamã e papá.
-Mamã estou com medo! - disse Violante
-Não é preciso ter medo,isso não dói nada. - respondeu a mãe.
-Mas dói! - choramingou ela.
Com tanta conversa de aflição foi chegando a hora de entrar no bloco operatório e Violante, com um ar de quem padece, fez com que a pequena lágrima que tinha no canto do olho escorregasse. Entrou no bloco operatório deitada numa maca e acompanhada por um enfermeiro muito simpático.
Quando entrou, Violante não se sentiu confiante consigo própria, tudo isto só por causa das seringas enormes que via numa mesa, e também por causa da cama onde se iria deitar para ser operada.
Lá fora, os pais de Violante estavam com medo que alguma coisa corresse como não se queria. Tentavam ler revistas e jornais para passar o tempo, mas nada os consolava. Apenas gostariam de receber notícias da pobre Violante que, naquela hora, estaria a ser operada.

Cinco horas depois o médico, com uma cara muito séria, entrou na sala de espera e disse:
-Estou à vossa espera na sala de reuniões.
A avó, ao ver a cara séria do médico, começou a ficar tão vermelha, tão vermelha, que parecia que ia explodir.

Os pais de Violante estavam tão preocupados com a filha que nem repararam na pobre senhora que estava no chao muito aflita e com médicos á sua volta.
Violante,olhou para os pais, e disse:
-Quero ir para casa!
-Vamos já!- disse seu pai.
O médico disse aos pais de Violante que a doença dela só poderia ser tratada, em condições, na América, pois casos como o dela eram raros.
Os pais de Violante, como estavam muito preocupados não contaram nada a Violante, com medo que ela começasse a chorar.
Dias depois, durante a viagem de regresso a casa, Violante estava muito calma.
Os pais, pensando que ela estava a dormir, começaram a conversar sobre como iriam explicar a uma miúda de cinco anos que tinha uma doença grave e rara.
Violante abriu um olho, percebeu o que estava a acontecer, e perguntou porque é que diziam que ela tinha uma doença. Afinal ela era uma criança como as outras!
Os pais de Violante sem saber o que lhe dizer, tentaram acalmar a pobre rapariga, perguntando o que é que ela tinha achado dos médicos.
Violante, com os olhos no ar, fingiu que não ouviu.
Os pais perguntaram-lhe então se queria ir visitar a avô que estava no hospital internada e Violante respondeu:
-Quero visitar a avó e levar um presente.
Os pais de Violante, mais animados, pararam o carro e foram ao centro comercial mais próximo.
Violante escollheu a prenda para a avó e pediu para ir para casa.
Em casa Violante, no seu quarto, espreitou pela janela e viu uma estrela cadente. Muito feliz pediu à estrela:
-Eu desejo que a minha avozinha Jesuína fique bem e feliz com o meu presente.
Pouco tempo depois a mãe de violante chamou-a para a mesa. No seu prato havia peixe e batatas cozidas.
Violante com uma cara esquisita olhou para o peixe e para as batatas e perguntou zangada:
-Porque é que eu tenho que comer peixe e batatas e vocês não???
Os pais, com muita calma, tentaram explicar a Violante que ela tinha que comer pouca gordura pois em breve iria ser operada.
Violante saiu da mesa, foi a correr para o seu quarto e sentou-se em cima da cama a chorar. Sentia-se só,a mãe foi ter com ela e perguntou-lhe qual era a razão do seu sofrimento.
Violante muito baixinho disse à mãe que se sentia só.
No dia seguinte de manhã, bem cedinho, os pais foram acordá-la.
Violante abriu os olhos e viu, junto da cama, um pequeno caixote colorido, com buraquinhos e uma frase escrita:
"Para ti minha princesa..."
Violante, muito devagarinho, abriu o caixote e viu sair de lá um cãozinho muito pequenino e fofinho.

Saíu e estendeu as patas traseiras ao longo do corpo e as patas dianteiras bem esticadas. E ficou a olhar para Violante.
Violante pegou nele ao colo e fez-lhe festas durante muito tempo. As festas pareciam agradar-lhe porque semicerrava os olhos e Violante tinha lido algures a expressão ou frase "semicerrar os olhos de prazer". Violante não acreditava nas pessoas mas sim nos livros. Era incapaz de explicar porque era assim mas era assim.
Violante fazia uma festa e o cãozinho semicerrava os olhos. Violante repetia a festa e o cão voltava a semicerrar os olhos. Ao fim de um certo número de festas-semicerrar os olhos, que Violante não chegou a contar, pensou que já eram festas suficientes e ela própria já estava um bocado cansada. Pousou-o no soalho e foi buscar uma almofada. Pousou a almofada à frente do cão e ele semicerrou os olhos. Retirou a almofada, escondeu-a atrás das suas (dela Violante) costas e o cão semicerrou os olhos.
Violante começava a ficar enfadada. Foi buscar uma bola com a esperança de que ao ouvir e ver a bola a rolar pelo soalho, o cão a seguisse com os olhos. Bom, o ideal é que ele fosse atrás da bola. Mas já se contentava com o menos: que rodasse os olhos.
Atirou a bola com bastante força e o cão semicerrou os olhos.
Violante pensou: foi muito rápido. Talvez atirando mais devagar... e atirou abola, devagarinho de maneira a que ela passasse mesmo à frente do seu nariz. O cão semicerrou os olhos.
Tanto prazer, embora suposto, claro, já começava a irritar Violante.
Foi buscar um osso, daqueles ossos a que nenhum cão resiste (pelo menos era o que dizia nos livros).

Mas, para surpresa kikas (o cão )não gostou.
Violante estava a começar a ficar farta do dele, ele não brincava, ele não comia, ele não lhe estava a fazer companhia, pelo contrário ele deixava-a desiludida.
Estava farta não sabia o que fazer apetecia-lhe fugir para muito longe onde ninguém a descobrisse.
Ouviu a mãe chama-la:
-Violante, desce daí vamos visitar a avó, não te esqueças do presente!
Violante, entusiasmada, foi buscar o presente e esqueceu-se do cão em casa.
Chegou ao hospital e foi directa ao quarto onde a avó estava, chegou-se ao pé dela, deu-lhe um beijo e entregou o presente dizendo:
- É para si avó. Espero que goste.
A avó de Violante ficou muito contente com uma pulseirinha muito bonita, comprada na ourivesaria amizade...