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Naquela noite

AUTORES:
Aluísio-EB-SDias: 26/10/2004
Rosana-EBSDias: 26/10/2004
Catarina, E.B. 2/3 Junqueira: 06/04/2005
Rosana - EBSDias: 12/04/2005
Cátia Rodrigues: 31/10/2005

 

Naquela noite tínhamos combinado apanhar o último comboio e marcámos encontro meia hora antes no café Selim, que é o melhor da zona. Mas afinal atrasámo-nos os dois, chegámos à estação no último minuto, corremos esbaforidos pela plataforma e saltámos para a carruagem do meio sem reparar que por trás das janelas havia muito menos cabeças do que é costume.
Assim que entrámos, o comboio pôs-se em marcha e nós contentes por estarmos lá dentro. Respirei fundo para recuperar o fôlego, o meu irmão avançou à procura de lugar, e eu fui atrás dele já com a cochila a descair do ombro. Ainda não tínhamos dado mais de quatro a cinco passos, quando estacámos assombrados...

Ao ver que todas as pessoas estavam já a dormir, achámos muito estranho pois o comboio ainda estava a arrancar.No entanto fomos averiguar o caso.
Na carruagem seguinte estavam quatro homens armados com umas máscaras no rosto e sentia-se um cheiro forte de veneno. Compreendemos logo que eles tinham espalhado no ar um fumo que dava sono nas pessoas.
Pelo jeito eram perigosos, por isso escondemo- nos debaixo de um banco para eles não nos verem...

Era difícil não se notar algum bocado da nossa roupa, pois nós éramos dois. Assim, a maior parte dos homens,tirando um, dirigiram-se às outras carruagens para ver se estava tudo sob controle. Enquanto isso, fomos descobertos a muito custo. E assim, quando um deles tentou acabar com o nosso esconderijo, eu não conseguia parar de chorar.
Ao contrário o meu irmão, que era muito corajoso, quis enfrentar aquele homem musculoso e forte; mas, antes de fazer alguma coisa, deu-me uma ideia(quer dizer: ele queria que eu o ajudasse na sua ideia).
Assim, enquanto eu estava a entreter o homem, mostrando o meu ar de medricas, ele passou pelo meio das suas pernas e com um pau atingiu o homem de costas.
E, para nos certificarmos que o homem iria ficar adormecido durante horas suficientes para resolvermos aquele misterioso caso, pegámos num saco que continha aquele dito fumo e colocámo-lo mesmo em frente do seu nariz, para que quando ele acordasse desse de caras com o fumo e voltasse a adormecer.
Mas não estava tudo ultrapassado. Faltava combater e descobrir o que é que os outros quatro homens andavam a tramar.
O que seria?
. . .
Nesse comboio havia uma carruagem com diamantes, e outra com 30 caixas de explosivos.
Os três homens entraram na carruagem onde julgavam que estavam os diamantes, mas realmente era a carruagem onde estavam os dois irmãos Francisca e Leonardo.
Sem querer Leonardo espirrou e os três homens encontraram-nos mas eles conseguiram fugir por entre as pernas dos homens.
Foram parar à carruagem dos explosivos e não se deixaram ficar por aí. Prosseguiram e acabaram por entrar na carruagem onde se encontravam os diamantes.
Um dos homens que estava à frente dos outros deixou cair uma ponta de cigarro acesso ao passar na carruagem dos explosivos provocando uma explosão e, consequentemente, a morte dos seus colegas.
Quando se ouviu a explosão…


. . . todos ficaram aflitos, principalmente os dois irmãos, pois conseguiram ouvir melhor do que ninguém, o som da explosão.
Passados um ou dois segundos decidiram espreitar pela porta para descobrir o que é que se tinha passado. Quando abriram a porta por onde tinham entrado pela última vez, não viram o resto das carruagens e ficaram assustados, principalmente a Francisca que era a mais nova. Assim perguntaram-se:
- O que é que aconteceu?
- Daaaaa, a explosão destruiu o ferro que unia as duas carruagens! – exclamou Leonardo.
- O que é que vamos fazer? – perguntou Francisca, cheia de medo.
- Não sei. – respondeu o irmão.
De repente, a carruagem parou e, vindo do nada, alguém abriu a porta. Rapidamente Francisca e Leonardo esconderam-se mais uma vez, mas desta vez atrás de uns pipos.

Os dois irmãos, abraçados, quase sem respirar, esperaram, ansiosos, por aquele momento que poderia pôr termo às suas vidas!!! Foram apenas poucos segundos, mas para eles pareceu uma eternidade!!! Durante aquele espaço de tempo, passaram como que em flash imensos momentos que partilharam juntos: o dia em que a Francisca deu o 1º passo, o ano em que o Leonardo foi campeão de futebol lá na escola, os primeiros amores, e tantas recordações que os fizeram reflectir como eram importantes um para o outro! Nessa altura abraçaram-se ainda com mais força, como se fosse a última vez!!
Depois de longos segundos de espera, surgiu um rosto pálido, sombrio! Era o rosto de um dos homens armados que eles tinham encontrado!! - Mas como é que ele conseguiu ali chegar?!- pensou a Francisca quase sem reacção! Tentaram fazer o menos barulho possível, para passarem despercebidos! Quando, de repente ouvem a voz grave e fria do indivíduo, falando sozinho:
- Aqueles miúdos... estragaram-me os planos todos! Um plano perfeito! Podia, a esta hora, estar rico! E graças àqueles fedelhos, vai tudo por água abaixo! Mas não vou sozinho! Se for, levo-os comigo!!!!!
Os irmãos voltaram a abraçar-se, num abraço tão apertado que conseguiam sentir o coração do outro bater!O que iria acontecer a seguir?...