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A Vaquinha que não queria ser Vitória

AUTORES:
Rosana-EBSDias: 12/04/2005
João Costa, eb 2,3 Prof Napoleão Sousa Marques: 01/06/2005
B@toteiro: 21/11/2005
Diogo Cangalhas, 8º B, Esc. E.B. 2,3 Prof. Óscar Lopes: 25/11/2005

 

Era uma vez uma vaquinha chamada Vitória, mas ela não gostava.
Apetecia-lhe outro nome, porque se lembrava daqueles versos:

Era uma vez uma vaquinha
Chamada Vitória.
Morreu a vaquinha Vitória,
acabou-se a história.

Ora a vaquinha Vitória ainda se achava muito nova para acabar em bifes de vitela.
Talvez pudesse mudar de nome e chamar-se, por exemplo, Beatriz…

Era uma vez uma vaquinha
Chamada Beatriz.
Casou-se com um novilho,
e foi muito feliz.

Ou Mariana…

Era uma vez uma vaquinha
Chamada Mariana.
ganhou um concurso de misses
Vestida de indiana.

Ou Constança…

Era uma vez uma vaquinha
Chamada Constança.
Um boi perguntou-lhe:
“A menina dança?”


Ou Inês...

Era uma vez uma vaquinha
Chamada Inês.
Um bebé pedíu-lhe
Que lhe contasse até três!

Ou Ada...

Era uma vez uma vaquinha
Chamada Ada.
Um cavalo perguntou:
"Gostas de mim? Ó minha amada!"
O dono da vaquinha Vitória
Deixou-a mudar de nome
Ela mudou para Carina
E ficou toda contente.

Houve um dia em que a Vitória, ruminando o almoço de erva tenra, cismou que não queria ser Beatriz. Nem Mariana, Constança ou Inês. Não queria ser Ada, para não dizerem que era chalada. A vaquinha, enquanto tomava o gosto ao pasto, regado a gotas de orvalho, quis chamar-se Leonor. E sonhou:

Era uma vez uma vaquinha,
Chamada Leonor,
Que à sombra de um carvalho
Encontrou o seu amor.

E lá foi a vaca Leonor, no trote da imaginação, caminhando pelo prado em busca de malmequeres.
_ Vou colher um _ pensou _ e saber se ele gosta de mim: mal-me-quer, bem-me-quer, muito, pouco, nada...
Encontrou a flor na margem do regato e olhou para ela. Mirou, remirou, viu e reviu, observou com os mansos olhos de vaca, pensou, meditou, imaginou como iria fazer para colher pétala por pétala, até saber se o amado dela gostava. Com os cascos, nem pensar, que as pétalas são delicadas. Com os chifres, muito menos, que ficariam furadas.
Como fazer?
Lembrou-se, então, que não tinha encontrado o seu amado. Abriu a boca, sorriu com todos os enormes dentes e comeu a flor de um só golpe, sem a mastigar.
Ora o malmequer, aos trambolhões pela barriga da vaquinha adentro, rodou, rebolou, virou e revirou de um lado para o outro. De cada vez que rolava e rebolava, fazia muitas cócegas dentro da vaca, que ria sem parar. Quanto mais ria, mais o malmequer virava e revirava, mais cócegas tinha, mais ria, gargalhava, gritava para que toda a bicharada ouvir. Até que, cansada de tanto rir, caiu para o lado e adormeceu. Foi então, quando dormia de papo para o ar, embalada pelas águas do regato, sonhou outro nome:

Era uma vez uma vaquinha
Que queria ser Emília,
Porque encontrou no Netescrita
Uma segunda família.
Quando encontrou a segunda família, ouviu chamar: « Emília!». Estranhou, mas gostou e, por isso, foi ter com o lavrador. Quando chegou à beira do lavrador, o senhor deu-lhe um bom balde de erva. Porém, quando acordou, foi ter com o chefe da primeira família e disse-lhe que gostaria de mudar de nome para Emília porque era mais bonito. Ele concordou e ela pensou:

Era uma vez uma vaquinha
Chamada Emília,
Que gostaria de encontrar
Uma segunda família!