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História de uma cadeira

AUTORES:
Vergilio: 12/02/2004
Ricardo e Rute (EB1 Junqueira): 17/02/2004
Emília, EB2, 3 Junqueira: 09/03/2004
Joana Santos 7ºF Esc JS Dias: 10/03/2004
Sandra Patricia 7ºF-BSDias: 17/03/2004
7ºf-EB 2,3 J.S.Dias.: 24/04/2004
Francisco,5c,EB,2/3SDias: 28/04/2004
Luísa e Carla,6C-EBJunqueira: 18/05/2004
Sandra,EB2/3SDias,7F: 19/05/2004
Sílvia, Dniela, Inês,Helena-EB2/3Junq: 01/06/2004
Tânia-7ºF JS Dias: 03/06/2004

 

A cadeira Beladona, apesar de não ter razão para viver triste, passava a vida a lamentar-se por achar que ninguém acreditava que ela tinha nascido para dançar.
Umas vezes, chorava.
De nada valia pensar que tinha vindo ao mundo para ser cadeira de luxo.
Outras vezes, sorria.
Sentia-se confiante, preparada para resistir à inveja dos seus pares.
Os comentários que sobre ela se faziam na Academia Real de Bailado chegavam mesmo a ser disparatados.
Uns diziam que ela não sabia dançar porque tinha pernas a mais; outros afirmavam que para dançar havia que nascer com pernas a menos.
Como o tempo passava, e cada vez mais as oportunidades dela se extinguiam, resolveu fazer-se sonsa aos olhos do Mestre de Cerimónias e ... pediu-lhe para só ter duas pernas mas o Mestre não lhe pôde conceder esse pedido.
Até que um dia viu que as suas amigas só de duas pernas tinham dado um grande trambolhão
Começou então a pensar se ter quatro pernas seria realmente impeditivo de se tornar numa famosa bailarina, conhecida no mundo inteiro..., olhada com admiração..., aplaudida...
Pensou, reflectiu, tornou a pensar e a reflectir e decidiu que iria ser a aluna mais aplicada da Academia Real de Bailado!
E o sonho da cadeira Beladona tornou-se realidade!
Foi a melhor bailarina do seu curso!
Foi a mais aplicada aluna da Academia Real de Bailado. Todos a admiravam e chegou o dia em que teve de participar num espectáculo.
Como terá corrido...?
No dia do espectáculo a cadeira estava muito nervosa pois tinha receio de fazer má figura.
Começou a pensar que a melhor maneira seria fugir, pois sabia que a sua colega invejosa estaria lá para aprontar alguma. Muito devagarinho,sem fazer barulho,pegou nas suas roupas e fugiu.
Chegou a casa e começou a chorar ao imaginar como
a sua família iria ficar desiludida.
Então pensou que bom seria ajudar os outros.
A cadeira agora só pensava em ser médica.
Durante dois anos fez um curso de medicina e já estava pronta para começar a trabalhar.
Chegou ao hospital e teve uma sensação diferente das outras vezes que lá ia e se sentia
triste por ver as pessoas doentes, hoje ela sentia-se confiante e feliz por ver que tinha muitos pacientes para curar.
queria começar logo pelas operações.
Nesse mesmo dia, apareceu uma doente idosa com um ar tão triste que metia pena.Ela gritava e dizia que não queria morrer.
A cadeira recusou.Tinha medo de fazer alguma coisa de errado e de magoar a doente.Nesse momento viu que essa não iria ser a sua profissão.Queria aventura foi então que decidiu ser jornalista.
Estudou muito para concretizar um dos seus muitos sonhos. Queria ser escritora, sempre teve grande prazer em escrever pois sempre teve muito prazer em ler.
O grande dia chegou! Conseguiu acabar o seu curso. Correu para casa para começar logo a escrever o seu livro.
No fim da tarde o livro já estava pronto. Quando chegou à editora disseram-lhe que o livro ia ser um grande sucesso.
Quando chegou a sessão de autógrafos ficou com tanta vergonha que nem sequer pôs lá os pés...
porque tinha medo que na altura de dar os autógrafos lhe corresse algo mal
Então a cadeira Beladona pensou, pensou e compreendeu que não era capaz de decidir o
que queria ser pois tinha medo de enfrentar os obstáculos da vida.
Decidiu vestir-se a rigor e,
sem pensar duas vezes, foi dar os autógrafos.
No fim da sessão disse para si própria que, a partir desse mommento, iria enfrentar todos os desafios que a vida lhe lançasse.
Percebeu então que não nasceu para dançar, mas sim para escrever!
Escreveu livros e livros. Ficou conhecida em todo o Mundo e a mais famosa escritora-cadeira do mundo, a Escrideira, quis conhecê-la.
A Escrideira escreveu uma bonita carta à Beladona a convidá-la para jantar na sua bela mansão.
A cadeira Beladona, ao receber esta carta, sentiu-se importante.
Os dias passaram e a Beladona esperava o grande dia, até que este chegou.
Lá foi Beladona de avião até à mansão da Escrideira.
Quando chegou, os porteiros ajudaram-na a subir as escadas empurrando-a, respeitosamente, pelas costas.
Entrou directamente para a sala, era imensa e tinha vários quadros de escritores importantes, até quadros de textos da Beladona tinha! Foi entrando em todas as dependências da casa acompanhada por um dos muitos empregados que trabalhavam às ordens da chefe, a Escrideira. Chegou a uma divisão da casa onde encontrou uma enorme colecção de textos seus, quadros, livros, tudo o que tinha a ver consigo... e, sentada numa poltrona, estava a Escrideira com um sorriso nos lábios.
- Seja bem-vinda dona Beladona, sinta-se à vontade!
- Muito agradecida, dona Escrideira!
E sentou-se noutra poltrona que estava ao lado daquela onde estava a Ecrideira.
- Então como tem passado? - perguntou a Escrideira.
- Tenho passado bem, e sempre a escrever! - disse a Beladona.
E a Escrideira acrescentou:
- Alegro-me em saber que gosta do seu trabalho! É muito bom quando uma pessoa gosta do seu trabalho e também quando as pessoas dão opiniões boas sobre a maneira como se trabalha!
-Sim, eu gosto do meu trabalho e nunca vou deixar de ser escritora. - disse a Beladona sorrindo!
Repentinamente bateram à porta.
- Sim? - disser a Escrideira para saberem que estava lá gente.
- O jantar está servido, quando a senhora quiser pode vir para a mesa. - anunciou um empregado.