Editorial

Resumo

A escola e as práticas curriculares encontram-se, atualmente, com enormes desafios, resultantes das necessidades sociais de um mundo globalizado, marcado pelos conflitos étnicos, sociais e culturais, pelas crescentes vagas de migrantes que chegam continuamente à Europa em busca de melhores condições de vida, pelo agravamento e pela maior visibilidade das desigualdades económicas e sociais. Tais factos têm levado as instituições nacionais e mundiais  a delinearem políticas educativas direcionadas para a inclusão, a educação para a cidadania e o cumprimento dos direitos humanos na persecução das práticas pedagógicas nas escolas dos diferentes níveis de ensino. A par destes desafios societais e económicos, que têm trazido novas exigências para a educação escolar e para as práticas de ensino das escolas, o ano de 2020 foi marcado pelo aparecimento da pandemia da Covid-19. Com ela acentuaram-se as desigualdades económicas e sociais no mundo e a formação de professores, a educação escolar e as práticas curriculares depararam-se com novos desafios decorrentes, nomeadamente da necessidade do recurso à educação e à “aprendizagem a distância”, incrementada na sequência do confinamento social e do fecho das escolas. Por outro lado, a modalidade de “ensino a distância” tem sido entendida como forma de consolidação da utilização das tecnologias da informação e comunicação digitais nos processos de ensino e de aprendizagem, atribuindo-lhes novas possibilidades e configurações para um papel mais ativo e crítico dos alunos nas aprendizagens.