O OLHAR DOS PROFESSORES DE LÍNGUAS SOBRE PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO FORMATIVA

Resumo

As políticas educativas são, por inerência, sujeitas a movimentos cíclicos que acontecem com maior ou menor regularidade dependendo, muito, das movimentações políticas. Neste sentido, falar, hoje, de avaliação formativa é recuperar um caminho trilhado desde os anos noventa. A avaliação formativa verifica-se, de forma coerente e articulada com processos e práticas de ensino. Assunto muito problematizado e presente no sistema educativo tido como uma modalidade avaliativa que contribui para verificar as aprendizagens que os alunos vão adquirindo e que dificuldades ou erros eles vão manifestando, para se intervir pedagogicamente de forma eficaz. Tendo como base esta conceção, o estudo que se apresenta pretende mostrar os olhares dos professores de línguas sobre o conceito e as práticas de avaliação formativa. Metodologicamente, usou-se uma investigação de caráter qualitativo concretizada pela recolha e análise documental e por entrevistas semiestruturadas a 14 professores de línguas (materna e estrangeira) de todos os grupos de recrutamento de um Agrupamento de Escolas do norte de Portugal. Genericamente, os resultados obtidos sugerem que os professores percecionam o conceito de avaliação formativa como uma modalidade de avaliação de recolha de informação contínua e sistemática a partir da definição de critérios de avaliação e integrada no processo de ensino e aprendizagem. Quanto às práticas afirmam ser processual, realizada com recurso a vários instrumentos de avaliação, com a reflexão sobre os erros/ dificuldades para a regulação do processo de aprendizagem. Os professores assumem o erro como construção de aprendizagens significativas e como a oportunidade de o aluno alicerçar uma aprendizagem autónoma, independente e eficaz.