Nasci em Cascais, em 1951, perto do mar que ainda hoje me traz os sons e os aromas que me recordam o melhor da minha infância.
Tive uma infância feliz, com um pai e uma mãe que sempre incentivaram a minha imaginação e a minha criatividade, embora sem imaginarem que eu um dia viria a tornar-me escritor.
Frequentei sempre o ensino oficial e hoje tenho a satisfação de ver o meu nome atribuído à escola onde aprendi a ler e a escrever. Tentarei sempre estar à altura dessa honra e dessa responsabilidade. Recordo com saudade alguns professores que tive no liceu e que me ajudaram a compreender o mundo. Depois fui estudar na Faculdade de Direito, tomando contacto com os combates dos estudantes portugueses contra a guerra e pela democracia e pela liberdade, integrando-me neles e envolvendo-me pela primeira vez nas coisas da política.
Fui jornalista durante mais de 25 anos. Nas redacções dos jornais trabalhei com figuras como Luís de Sttau Monteiro, Urbano Tavares Rodrigues, Raul Rego e Fernando Assis Pacheco, entre outros.
Tornei-me, entretanto, cantor político e passei a ter como amigos José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Manuel Freire. Escrevi canções, gravei discos e fiz muitos espectáculos, antes e depois do 25 de Abril. Tenho orgulho nesse percurso e, se voltasse atrás, não o alteraria. Foram esses os anos mais felizes da minha vida.
Publiquei o meu primeiro livro –“Mágoas Territoriais”, Assírio & Alvim -, em 1973, já lá vão 30 anos. Desde então dei à estampa mais de uma centena de títulos, cobrindo as áreas da poesia, da literatura infanto-juvenil, do teatro e da ficção narrativa. Também tenho sido autor de programas de televisão e de rádio, com destaque para o “Rua Sésamo”, cuja equipa de autores integrei. Fui professor de jornalismo e escrevi livros sobre a matéria.
Durante oito anos servi a terra onde nasci como Vereador da Cultura, trabalho que me deu grande satisfação pessoal. Nunca fui nem serei um profissional da política, embora tenha consciência do papel da política como serviço à Comunidade.
Fui muitas vezes premiado, como escritor em Portugal e no estrangeiro, e sempre encontrei nesses prémios estímulo para não deixar o meu percurso criador interrompido. Em Junho de 1997, o Presidente da República achou-me digno de receber a Ordem da Liberdade. Tenho livros traduzidos em várias línguas.
Sou, desde Março de 2003 e desde Setembro do mesmo ano, respectivamente, vice-presidente da Direcção da Casa da Imprensa e da Direcção da Sociedade Portuguesa de Autores.