"Abre-te Sésamo" e outras palavras mágicas
Nasci em 1971, antes do 25 de Abril de 1974. Por isso nasci em Paris.
Agora sou a mais velha de quatro irmãos, fantásticos, e moro em Portugal.
Aos 8-9 anos, decidi que queria ser escritora. Escrevia poesia rimada em cadernos e inventava histórias, que queria que fossem como aquelas que lia nos livros e me levavam em viagem, para outros reinos e mundos, em novas aventuras.
Fui descobrindo que "Abre-te Sésamo" não são as únicas palavras mágicas que se podem usar para abrir caminho para novas maravilhas. E que escrever é trabalhar com a magia das palavras. Nunca temos a certeza do que nos surge por esse caminho.
Se começo a escrever "Era uma vez...", aparece-me logo um reino longínquo, perdido no tempo, em que me apetece ir à procura de feiticeiros e princesas que se transformam e de outros seres fantásticos. Quando as primeiras palavras que surgem no papel branco incluem mapa ou ilha, começo logo a navegar por locais por descobrir, onde acontecem estranhos fenómenos, que poucos conhecem por se passarem em zonas recônditas. E há sempre aquelas palavras que nunca pensaria que levassem a lado algum, palavras comuns, como armário ou vela e que, juntas com outras, me conduzem a inesperadas aventuras.
É essa magia que quero partilhar. Porque todos procuramos caminhos e a maravilha pode espreitar a cada esquina.
Entretanto tirei um curso, de Engenharia do Ambiente (Natureza é uma das minhas palavras mágicas pessoais) e, juntando fascínios, fui enveredando por diversos trabalhos, de jornalismo ambiental a tradução e guionismo (com a Animanostra, contribuindo por exemplo para dar vida à tartaruguinha Móli) , nunca deixando a escrita.
Um texto meu, publicado no DN Jovem e, mais tarde, uma menção honrosa na área da literatura, no concurso Jovens Criadores, foram grandes incentivos.
Mas o maior foi a publicação do meu primeiro livro "O tesouro de Monserrate", que depois foi seleccionado para as Olimpíadas da Leitura. É um livro de aventuras, para os mais jovens, como a grande maioria das minhas histórias, a que agora dou realidade com a série Segredos.
A poesia também se manteve presente, de forma viva. Está-o em tudo o que escrevo, de alguma forma. E também, especificamente, nos meus poemas, para crianças e para adultos, alguns dos quais saíram no jornal luso-brasileiro Café Literário.
Há ainda novos caminhos que tenho seguido e que quero explorar, na via da magia das palavras.
O conto que escrevi "A Conspiração dos Espelhos" (espelho, mais uma palavra mágica pessoal) venceu, ex-aequo, o Prémio Horácio Bento Gouveia instituído pela Câmara Municipal de S. Vicente, da Madeira. Foi mais um incentivo, para novas histórias.